segunda-feira, 4 de março de 2013


Na quarta-feira, começa a programação
do Sarau no Quarto de 2013

 
Neste ano, o projeto será realizado na  primeira e na terceira quarta-feira de cada mês. Na estreia, o tema é o erotismo feminino no olhar da escritora francesa, Anaïs Nin

Na quarta-feira, 06 de março, às 19h30, o Centro Cultural CEEE Erico Verissimo (CCCEV) dá início a programação de 2013 do Sarau no Quarto, que mensalmente terá duas edições, na primeira e na terceira quarta-feira de cada mês.  Na estreia, o tema do Sarau Poetas Iluminadas é o erotismo feminino no olhar da escritora francesa, Anaïs Nin.
 
Conforme a cantora, compositora, poeta e jornalista, Angélica Rizzi, que coordena o projeto, o primeiro evento deste ano vai tratar sobre o erotismo na literatura mundial através do viés da autora francesa Anaïs Nin, cuja obra está impregnada de conteúdo erótico e é substancialmente preenchida pelas suas experiências.


Angélica Rizzi / Foto Guga Marques
 
“Constitui uma reflexão literária e psicológica sobre sua identidade feminina. Destaca-se Delta de Vênus (1977), traduzido para todas as línguas ocidentais e destacado pela crítica americana e europeia. As suas grandes influências são a obra de James Joyce e a psicanálise de Sigmund Freud. Em 1990, foi realizado o filme Henry & June, dirigido por Philip Kaufman, sobre o período do relacionamento de Anaïs Nin com Henry Miller”, observa Angélica.

Além de textos da autora homenageada, durante o sarau, na quarta-feira, Angélica estará acompanhada do violonista Davi Moreira para apresentar canções de seus dois CDs "Águas de Chuva" e “Angélica Rizzi à Italiana.a".
 

Sobre Anaïs NIn (1903-1977) – pela coordenadora do projeto, Angéliza Rizzi

Anaïs Nin / Divulgação
Na  biografia de Anaïs Nin, escrita por Deirdre Bair, foram revelados aspectos da vida da escritora até então desconhecidos, como por exemplo uma relação incestuosa que teve com o pai. Ela foi a primeira escritora a explorar esse assunto. Segundo a obra, Bair teve um pressentimento ao ler os diários do incesto e falou com alguns elementos da família. Inclusivamente com o seu irmão Joaquim, um musicólogo que mora em Berkeley, que revelou que o pai, quando ela escreveu o livro «A Casa do Incesto», estava chocado e preocupado que ela fosse contar tudo. Além disso, a biógrafa é membro de uma organização, onde há especialista nessa matéria e deu algumas páginas do Diário, para eles lerem. Todos sublinharam as mesmas partes e foram unânimes em dizer que houve incesto. A escritora faz, ainda, alusão que, nos Diários, Anaïs Nin mentiu e para além dos diários onde primou em erotismo, não a considera uma grande escritora.

Sobre a sua independência e liberdade, ela mentiu e os seus diários influenciaram uma série de mulheres que viam nela uma mulher perfeita, que viajou pelo mundo, viveu só, fez o que queria, dona da sua sexualidade, dinheiro, e que todas queriam imitar. Na realidade, ela nunca esteve só, sempre foi protegida, chegou a ter dois maridos, um deles bastante rico, que lhe pagava tudo que ela queria. Quando a verdade foi descoberta, as mulheres voltaram-se contra ela, considerando que ela escreveu de uma forma premeditada, a forma como queria ser vista e conhecida. No entanto, para a biógrafa Bair, isso é irrelevante, aceitando que Anäis contou o que queria e como queria, mas isso não a impediria de fazer o contexto dessa realidade. Ela diz que Anäis inspirava-se nela própria para fazer ficção, e foi a maneira melhor como fez ficção.

Relativamente ao erotismo, a biógrafa diz que falou com Michele Slung, especialista em literatura erótica,  que considerou o melhor exemplo do gênero como mulher. Segundo ela, foi realmente a primeira vez que uma mulher foi capaz de expressar a sua própria sexualidade de uma forma lírica.

Sobre o filme Henry & June, Bair diz ter ficado impressionada com a forma como o director Philip Kaufman foi capaz de adaptar o seu diário, no entanto considera que há dois erros que devem ser corrigidos. O primeiro é que Anaïs nunca teve um relacionamento com June Miller, mulher de Henry Miller, acrescentando que Anaïs. numa orgia na década de 40 em Nova York. teve uma relação lésbica e não gostou e nunca mais teve relacionamentos com mulheres. O segundo erro foi o realizador passar a ideia que o marido era um homem estúpido, quando na realidade ele era um homem extremamente sensível, sofisticado, que sabia o que acontecia, mas preferia não ver.

Serviço:

 
O Quê: Srau no Quarto. Nesta edição, Sarau Poetas Iluminadas - Erotismo Feminino no olhar da escritora francesa, Anaïs Nin

Quando: quarta-feira, 06 de março, às 19h30. Regularmente, o projeto ocorrerá na primeira e na terceira terça-feira do mês.

Onde: Centro Cultural CEEE Erico Verissimo (rua dos Andradas, 1223 – Centro Histórico de Porto Alegre)

Quanto: Gratuito

Informações: (51)3226.7974

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