sexta-feira, 9 de abril de 2010

Saiba mais sobre Dayrell e os debatedores que estarão no CCCEV

O responsável pelos primórdios do movimento ecopolítico no Brasil trocou a engenharia elétrica pela profissão de engenheiro agrônomo, trabalhando atualmente com agroecologia junto a comunidades tradicionais. Natural de Minas Gerais, Carlos Alberto Dayrell chegou a Porto Alegre em 1970, para trabalhar no Banco Mineiro do Oeste, posteriormente comprado pelo Bradesco. Residiu na capital gaúcha até 1976, quando, em virtude de problemas de saúde, retornou a Minas Gerais e obteve uma transferência para a Universidade Federal de Viçosa.

À época do famoso episódio de 1975, Dayrell era sócio da Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural (Agapan) e morava na Casa do Estudante, em frente a Faculdade de Direito da UFRGS. Hoje, 35 anos depois do ato provocado por Dayrell, a árvore da Avenida João Pessoa continua no local, simbolizando o início de uma mudança de consciência. No dia de seu protesto, o jovem estudante estava saindo de casa e sentiu-se chocado com as várias árvores caídas ao chão. O fato foi notícia nos principais jornais brasileiros e a foto foi utilizada na capa do diário O Estado de São Paulo.

A idéia desta programação no CCCEV partiu do jornalista Sérgio Becker, que propôs a exibição do episódio Tipuana, do programa “Um Pé de Que?”, veiculado pelo Canal Futura. O material jornalístico que estará disponível na exposição O Despertar da Consciência Ecológica, reúne, inclusive, o acervo do jornalista que, em 1975, trabalhava na sucursal de O Estado de São Paulo. Sérgio Becker conta que soube da manifestação por acaso. Ele passava de ônibus pelo local do protesto e decidiu acompanhar aquele manifestante em cima de uma árvore. Foi o primeiro repórter a noticiar o acontecimento. “Sinto-me no dever de relembrar aquele inesquecível 25 de fevereiro para as novas gerações”, justifica.

Nascido em 1945, Becker graduou-se em Jornalismo pela UFRGS e exerceu a profissão por mais de 30 anos. Trabalhou nos jornais Folha da Tarde, Zero Hora e nas sucursais de Porto Alegre de O Estado de São Paulo e O Globo, entre outros veículos. Do jornalismo evoluiu para a literatura, dedicando-se à pesquisa histórica e à poesia. Sérgio Becker atribui aos seis anos em que trabalhou na sucursal de Porto Alegre do jornal O Estado de São Paulo, durante a década de 70, o seu melhor período de exercício profissional, quando entrevistou José Lutzemberger, Brizola, Luís Inácio Lula da Silva, Nelson Marchezan, Paulo Brossard e Pedro Simon. Além da primeira manifestação ecológica nacional protagonizada por Dayrell, participou de dezenas de coberturas jornalísticas, como o enterro do ex-presidente João Goulart, em 1976.

Agrônomo, fotógrafo, paisagista e pós-graduado em Botânica pela UFRGS, Paulo Backes cria e participa de projetos editoriais, como o Atlas Ambiental de Porto Alegre, Lutzemberger e a Paisagem, entre outros. Idealizou e ministrou por três anos o curso de Fotografia Ambiental na UFRGS e atua como fotógrafo comercial, atendendo agências de publicidade e editoras. Backes é colaborador eventual de jornais e revistas e administra um arquivo com mais de 20 mil imagens das paisagens naturais e culturais do Cone Sul.

O que: exposição O Despertar da Consciência.

Quando: De 14 a 24 de abril, com horário de visitação de terça a sexta-feira, das 10h às 19h, e aos sábados, das 11h às 18h.
Onde: Sala O Retrato, no 4º andar do Centro Cultural CEEE Erico Verissimo (CCCEV), localizado à Rua dos Andradas, 1223, Centro Histórico.
Quanto: entrada franca.
Curadoria e realização: Sérgio Becker.
Apoio: CCCEV e Grupo CEEE.

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