No próximo dia 17, o Auditório Barbosa Lessa, no 4º andar do Centro Cultural CEEE Erico Verissimo (CCCEV), irá receber o Fórum Arte Funerária e Patrimônio de Porto Alegre: Monumentos para as Futuras Gerações – conhecer, inventariar e preservar. Com inscrições abertas, o evento tem o objetivo de fomentar o debate sobre o valioso patrimônio das necrópoles
O Dia do Patrimônio, celebrado a 17 de agosto, será lembrado, no Centro Cultural CEEE Erico Verissimo (CCCEV), com uma série de debates sobre a importância da arte cemiterial para a preservação da memória dos antepassados. Nesta data, das 14h às 18h, o Auditório Barbosa Lessa, no 4º andar do CCCEV, irá sediar o Fórum Arte Funerária e Patrimônio de Porto Alegre: Monumentos para as Futuras Gerações – conhecer, inventariar e preservar. O objetivo do evento, organizado e mediado por Luiza Fabiana Neitzke de Carvalho, professora da área de Conservação e Restauro da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e doutoranda em História, Teoria e Crítica de Arte na UFRGS, é o de fomentar o debate e a reflexão sobre o valioso patrimônio das necrópoles – ainda desconhecido e sob o risco de ser esquecido.
O turismo como aliado da preservação da arte funerária, a legislação como instrumento de preservação da arte funerária e os incentivos fiscais e econômicos para as administradoras que conservam esta herança histórica serão alguns dos tópicos, abordados por especialistas, durante o Fórum. Com inscrições gratuitas, realizadas através do e-mail cemiteriospoa@gmail.com, o evento é aberto a todos os interessados na preservação dos acervos de arte funerária e a pesquisadores, estudantes, professores e profissionais atuantes em cemitérios, prefeituras e nas áreas de preservação do patrimônio. De acordo com Luiza, que é conselheira fiscal e um dos membros fundadores da Associação Brasileira de Estudos Cemiteriais (ABEC), os cemitérios constituem uma das mais ricas fontes de estudos e conhecimento.
Estes locais guardam as memórias daqueles que edificaram as cidades, reúnem em seus acervos obras de arte das marmorarias, que consolidaram uma movimentada atividade de comércio entre os séculos XIX e XX, reservam experiências de contemplação e vivência a seus freqüentadores e divulgam, através dos epitáfios, diferentes idiomas e culturas. A arte tumular gaúcha guarda peças únicas, assinadas por artistas como Antônio Caringi, Adolph von Hildebrand, Alfred Adloff, André Arjonas, Leone Lonardi, Otávio Correia Lima, Décio Villares e Rodolfo Pinto do Couto. Ela adverte, no entanto, que toda esta riqueza permanece constantemente ameaçada pela ausência de mecanismos efetivos de proteção, quando as obras são dilapidadas pela modernização das necrópoles, pelo desgaste ocasionado pela intempérie e pelo vandalismo.
“Em diversos Estados brasileiros, pesquisadores têm relatado a descaracterização e a perda irreparável de acervos, muitas vezes praticamente em sua totalidade. Nos cemitérios, podemos conhecer parte de nossa própria história familiar, quando muitas vezes nos deparamos com nossos antepassados, os quais nunca havíamos visto o semblante antes da emblemática fotografia tumular”, explica Luiza, que ainda realiza visitas guiadas aos cemitérios de Porto Alegre, pelo Programa Viva o Centro a Pé, da Prefeitura Municipal, participa da Association for Gravestone Studies (AGS) e é associada na Defender – Defesa Civil do Patrimônio Histórico.
Por ocasião do Fórum, haverá a apresentação oficial da carta da problemática do Cemitério São José de Porto Alegre, elaborada pela Associação Brasileira de Estudos Cemiteriais e pela Red Iberoamericana de Gestión e Valoración de Cementerios Patrimoniales, destinada e entregue à governadora do RS, Yeda Crusius. A carta é um documento de apoio àqueles que defendem a preservação da memória do Cemitério São José, transformado em um estacionamento e em vias de desertificar a parte mais antiga de seu acervo: um conjunto de obras reunidas em um cemitério datado de 1888.
O Fórum Arte Funerária e Patrimônio de Porto Alegre: Monumentos para as Futuras Gerações – conhecer, inventariar e preservar é um evento integrante da exposição Arte Imortalizada no Silêncio, projeto de aquarelas e textos de arte funerária, desenvolvido pela artista plástica Laky Gatti e por Luiza, que, além de organizadora do Fórum, é a curadora desta exposição, sediada na Sala Memorial Erico Verissimo, no 3º andar do CCCEV. O Fórum contará com uma mesa de discussão temática, composta por especialistas em arte funerária, arte pública, história da arte do Rio Grande do Sul e patrimônio histórico e artístico, com questões abertas ao público. Irão ministrar palestras o Prof. Dr. Arnoldo Doberstein, professor da área de História da PUC-RS; o Prof. Dr. José Francisco Alves, da área de Escultura no Atelier Livre de Porto Alegre, Ana Beltrami, coordenadora de Área Técnica do IPHAN-RS e Maria Beatriz Kother, diretora do IPHAE.
O turismo como aliado da preservação da arte funerária, a legislação como instrumento de preservação da arte funerária e os incentivos fiscais e econômicos para as administradoras que conservam esta herança histórica serão alguns dos tópicos, abordados por especialistas, durante o Fórum. Com inscrições gratuitas, realizadas através do e-mail cemiteriospoa@gmail.com, o evento é aberto a todos os interessados na preservação dos acervos de arte funerária e a pesquisadores, estudantes, professores e profissionais atuantes em cemitérios, prefeituras e nas áreas de preservação do patrimônio. De acordo com Luiza, que é conselheira fiscal e um dos membros fundadores da Associação Brasileira de Estudos Cemiteriais (ABEC), os cemitérios constituem uma das mais ricas fontes de estudos e conhecimento.
Estes locais guardam as memórias daqueles que edificaram as cidades, reúnem em seus acervos obras de arte das marmorarias, que consolidaram uma movimentada atividade de comércio entre os séculos XIX e XX, reservam experiências de contemplação e vivência a seus freqüentadores e divulgam, através dos epitáfios, diferentes idiomas e culturas. A arte tumular gaúcha guarda peças únicas, assinadas por artistas como Antônio Caringi, Adolph von Hildebrand, Alfred Adloff, André Arjonas, Leone Lonardi, Otávio Correia Lima, Décio Villares e Rodolfo Pinto do Couto. Ela adverte, no entanto, que toda esta riqueza permanece constantemente ameaçada pela ausência de mecanismos efetivos de proteção, quando as obras são dilapidadas pela modernização das necrópoles, pelo desgaste ocasionado pela intempérie e pelo vandalismo.
“Em diversos Estados brasileiros, pesquisadores têm relatado a descaracterização e a perda irreparável de acervos, muitas vezes praticamente em sua totalidade. Nos cemitérios, podemos conhecer parte de nossa própria história familiar, quando muitas vezes nos deparamos com nossos antepassados, os quais nunca havíamos visto o semblante antes da emblemática fotografia tumular”, explica Luiza, que ainda realiza visitas guiadas aos cemitérios de Porto Alegre, pelo Programa Viva o Centro a Pé, da Prefeitura Municipal, participa da Association for Gravestone Studies (AGS) e é associada na Defender – Defesa Civil do Patrimônio Histórico.
Por ocasião do Fórum, haverá a apresentação oficial da carta da problemática do Cemitério São José de Porto Alegre, elaborada pela Associação Brasileira de Estudos Cemiteriais e pela Red Iberoamericana de Gestión e Valoración de Cementerios Patrimoniales, destinada e entregue à governadora do RS, Yeda Crusius. A carta é um documento de apoio àqueles que defendem a preservação da memória do Cemitério São José, transformado em um estacionamento e em vias de desertificar a parte mais antiga de seu acervo: um conjunto de obras reunidas em um cemitério datado de 1888.
O Fórum Arte Funerária e Patrimônio de Porto Alegre: Monumentos para as Futuras Gerações – conhecer, inventariar e preservar é um evento integrante da exposição Arte Imortalizada no Silêncio, projeto de aquarelas e textos de arte funerária, desenvolvido pela artista plástica Laky Gatti e por Luiza, que, além de organizadora do Fórum, é a curadora desta exposição, sediada na Sala Memorial Erico Verissimo, no 3º andar do CCCEV. O Fórum contará com uma mesa de discussão temática, composta por especialistas em arte funerária, arte pública, história da arte do Rio Grande do Sul e patrimônio histórico e artístico, com questões abertas ao público. Irão ministrar palestras o Prof. Dr. Arnoldo Doberstein, professor da área de História da PUC-RS; o Prof. Dr. José Francisco Alves, da área de Escultura no Atelier Livre de Porto Alegre, Ana Beltrami, coordenadora de Área Técnica do IPHAN-RS e Maria Beatriz Kother, diretora do IPHAE.
Confira a programação completa do Fórum Arte Funerária e Patrimônio de Porto Alegre
Saiba mais sobre a exposição Arte Imortalizada no Silêncio
Até o dia 28 de agosto, os admiradores da emotiva representação da realidade sobrenatural própria das necrópoles poderão conferir a exposição Arte Imortalizada no Silêncio, projeto de aquarelas e textos de arte funerária, desenvolvido pela artista plástica Laky Gatti e pela curadora da mostra, Luiza Fabiana Neitzke de Carvalho. A mostra reúne 23 aquarelas, as quais visam à divulgação e à preservação do acervo de arte funerária, encontrado nas necrópoles porto-alegrenses da Santa Casa de Misericórdia e dos cemitérios São Miguel e Almas, São José e Evangélico.
Neste trabalho, Laky Gatti retratou importantes obras de arte tumular da Capital gaúcha, a qual abriga um próspero acervo escultórico em seus cemitérios. A arte cemiterial do Estado, que encantou a artista há cerca de seis anos, é produto do intenso trabalho das marmorarias: firmas que movimentaram a produção ornamental tumular entre o final do século XIX e a primeira metade do XX. Destaque em mostras de âmbito nacional e internacional, com aquarelas na França, Alemanha, Suécia e Espanha, Laky Gatti, apresentará, no CCCEV, o resultado de um trabalho para o qual dedicou um minucioso exercício pictórico, cuja finalidade é a de despertar a apreciação e o reconhecimento de uma arte afastada, isolada em um terreno silencioso, discreto e, por vezes, desconhecido.
Se no Brasil é lugar-comum relacionar os cemitérios à negatividade e a um mero depósito de cadáveres, onde as visitas limitam-se ao Dia de Finados e velórios, no exterior estes espaços não são considerados tétricos e são vistos como verdadeiros museus a céu aberto e pontos turísticos – a exemplo dos cemitérios da Recoleta, em Buenos Aires, e Père Lachaise, em Paris, e de museus temáticos, como o de Cultura Sepulcral, em Kassel (Alemanha). Laky está entre os poucos que ignoram o preconceito sobre o assunto e cuja sensibilidade alcança a beleza melancólica que adorna os jazigos. A artista plástica conta que o interesse pela arte cemiterial surgiu a partir de uma visita ao cemitério, quando pôde observar atentamente o lado artístico do lugar.
“É um tema que, à primeira vista, causa algum estranhamento. As pessoas costumam achar bizarro e querem manter-se afastadas, mas a arte cemiterial é caracterizada por uma delicadeza que mexe com a emoção e, além disso, a história de uma cidade também se traduz pelas imagens dos cemitérios. Em outros tempos, o poderio econômico era muito ressaltado através das homenagens que as famílias abonadas prestavam a seus entes queridos. Já observei vários cemitérios no Brasil. No RS, o de Jaguarão, por exemplo, é riquíssimo em obras de arte”, explica Laky, cuja mostra de aquarelas sobre o tema é considerada pioneira no País.
“De acordo com a Associação Brasileira de Estudos Cemiteriais, não há registros de exposições de aquarelas com esta temática no Brasil, onde a arte funerária está mais relacionada à fotografia”, acrescenta a artista plástica, que evoca, em suas aquarelas, as esculturas em pedra e metal, contrapostas, na perenidade destes materiais, à fluidez das lágrimas quase visíveis nos rostos de pranteadoras e anjos. Arte Imortalizada no Silêncio tem curadoria de Luiza Fabiana Neitzke de Carvalho, a qual elaborou textos que acompanham cada uma das 23 aquarelas de Laky.
Natural de Porto Alegre, Laky Gatti iniciou sua formação artística no Atelier Livre da Prefeitura de Porto Alegre, em 1968. Obstinada pelo domínio da técnica e do desenho, estudou com Nathaniel Guimarães, Jorge K. da Rosa, Valdo Rechelo, Solange Vignole e Plínio Bernhardt, além de ter freqüentado oficinas no Margs e no Atelier Livre. Em 1995, abriu seu próprio atelier, onde desenvolve seu trabalho e ministra aulas de aquarela. A artista tem obras em instituições patrimoniais, como o IPHAE de Paraty, no RJ, e em acervos no exterior. A mostra está sediada na Sala Memorial Erico Verissimo, no 3º andar do CCCEV. O horário de visitação é de terças a sextas-feiras, das 10h às 19h, e aos sábados, das 11h às 18h. A entrada é franca.
O que: Fórum Arte Funerária e Patrimônio de Porto Alegre: Monumentos para as Futuras Gerações – conhecer, inventariar e preservar.
Quando: 17 de agosto, das 14h às 18h.
Onde: Auditório Barbosa Lessa, no 4º andar do Centro Cultural CEEE Erico Verissimo, localizado à Rua dos Andradas, 1223, Centro Histórico.
Quanto: inscrições gratuitas, realizadas pelo e-mail cemiteriospoa@gmail.com , com Luiza Fabiana Neitzke de Carvalho.
O que: exposição Arte Imortalizada no Silêncio.
Quando: de 3 a 28 de agosto, com horário de visitação de terças a sextas-feiras, das 10h às 19h, e aos sábados, das 11h às 18h.
Onde: Sala Memorial Erico Verissimo, no 3º andar do Centro Cultural CEEE Erico Verissimo, localizado à Rua dos Andradas, 1223, Centro Histórico.
Quanto: entrada franca.
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